HOMENAGEM A NUNO TEOTÓNIO PEREIRA
A Pragma e o Confronto nas últimas décadas da ditadura
Dia 5 de Fevereiro às 16h
Sala de conferências da Igreja do Sagrado Coração de Jesus,
na Rua Camilo Castelo Branco, em Lisboa
“A década de 60 do século passado e os anos que se seguiram até ao 25 de Abril foram vividos com uma intensidade extrema, com grandes entusiasmos e dolorosas rupturas, corresponderam ao canto do cisne da ditadura sem que então o pudéssemos adivinhar “ (Joana Lopes no Prefácio do livro «CONFRONTO – Memória de uma Cooperativa Cultural»).
De entre as iniciativas estruturadas levadas a efeito por grupos de pessoas não alinhadas em torno das referências polarizadoras que então faziam resistência ao Regime (PCP, velhos republicanos e pessoas da génese do futuro PS), salienta-se a criação das cooperativas de acção e dinamização cultural PRAGMA (1964-1972), em Lisboa e CONFRONTO (1966-1972), no Porto, tendo em boa medida como referência os passos para “aggiornamento” dados então pela Igreja Católica e despoletados por João XXIII.
As intenções de actividade então publicitáveis, estão bem sintetizadas no texto de César Oliveira e José Carlos Marques “A cooperativa é um lugar geométrico de possibilidades. Pessoas há que vêem nela um centro cultural com possibilidades de se tornar criador. E muitas mais pessoas poderão criar iniciativas, se o quiserem. No nosso meio, não há muitas razões para desperdiçar as mais ténues possibilidades de renovação, invenção, trabalho sério”.
Uma pessoa, em Portugal, pela sua acção, espírito de iniciativa e de incentivação, teve enorme responsabilidade e protagonismo na criação destas cooperativas, de cuja existência é indissociável, sendo mesmo um dos primeiros dirigentes da PRAGMA: o arquitecto Nuno Teotónio Pereira!
É com este pano de fundo que iremos no próximo dia 5 de Fevereiro, pelas 16 horas, homenagear o Nuno Teotónio Pereira, evocando o papel que a PRAGMA e a CONFRONTO tiveram na resistência na fase final da ditadura de Salazar e Caetano, aproveitando ainda para lançar em Lisboa o livro de Mário Brochado Coelho «CONFRONTO – Memória de uma Cooperativa Cultural».
Esse evento terá lugar na sala de conferências da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, na Rua Camilo Castelo Branco, em Lisboa, obra emblemática dos arquitectos Nuno Teotónio Pereira e Nuno Portas, que recebeu em 1975 o Prémio Valmor da Câmara Municipal de Lisboa e que em Novembro de 2010 passou a Monumento Nacional por Decreto governamental.
Este evento constituirá também uma boa oportunidade de reencontros e do que daí, obviamente, possa resultar.