O falecimento do Embaixador Dário Castro Alves (1927-2010) constitui uma grave perda para a cultura portuguesa.
Era um apaixonado da língua e um fino cultor da literatura portuguesa, brasileira e lusófona.
Fez reviver Eça de Queiroz em muitos dos seus textos, em especial sobre culinária e gastronomia, mas mais do que isso pôde compreender a força universalista das belas letras. Foi um dos mais destacados sócios e amigos do Centro Nacional de Cultura, e mesmo no Brasil nunca deixou o contacto com os grandes amigos portugueses.
Deixa-nos uma enorme saudade e um espaço impossível de preencher!
Dário Moreira de Castro Alves nasceu em 14 de Dezembro de 1927, em Fortaleza, no Estado do Ceará. Em 1949 concluiu o curso de Ciências Jurídicas e Sociais na PUC do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano ingressou por concurso no serviço diplomático brasileiro, tendo exercido postos em Buenos Aires, Nações Unidas (Nova Iorque), Moscovo e Roma, antes de chegar à Embaixada do Brasil em Lisboa.
Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará, Dário Castro Alves é “Académico de Mérito” da Academia Portuguesa de História, presidente do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Brasileira
Dário Castro Alves escreveu vários livros, como “Era Lisboa e Chovia”, “Era Tormes e Amanhecia” (dicionário gastronómico baseado na obra de Eça de Queiroz) e “Era Porto e Entardecia” (dicionário de enologia da obra de Eça de Queiroz), além de “Luso-Brasilidades nos 500 anos”, todos publicados no Brasil e em Portugal.
O diplomata cearense esteve à frente da Embaixada do Brasil em Portugal de 1979 a 1983, tendo depois sido embaixador na Organização dos Estados Americanos, em Washington, e presidente do Conselho Permanente dessa mesma organização.