METAMORFOSES DA CRIATIVIDADE
No âmbito do Ano Europeu da Criatividade e Inovação, o Centro Nacional de Cultura e a Universidade Católica, em parceria com a organização portuguesa do AECI, desenvolveu um projecto de reflexão que pretendeu juntar a produção teórica académica com a prática artística. No contexto desta parceria, os alunos dos Mestrados em Estudos de Cultura e Ciências da Comunicação (Gestão Cultural) pretenderam criar um programa multidisciplinar e transversal às várias dimensões criativas, através da realização da iniciativa: Metamorfoses da Criatividade.
A criatividade e inovação apresentam-se como conceitos em constante metamorfose, tendo ao longo dos tempos vindo a recriar-se e a reinventar-se. O programa Metamorfoses da Criatividade pretendeu exactamente reflectir sobre esta dimensão metamórfica, organizando-se em torno de três linhas de reflexão:
1. Os Novos Híbridos – De Ovídio ao Vídeo,
2. A Arte Comunicante,
3. A Natureza da Criatividade.
P R O G R A M A
A Arte Comunicante
Conferência: António Pinto Ribeiro, João Salaviza e Alexandre Melo.
Moderação: Rogério Santos
26 de Novembro de 2009
Centro Nacional de Cultura – Galeria Fernando Pessoa
A comunicação afirmou-se como espaço essencial que determina tanto a criatividade como a inovação. As tecnologias de informação e do conhecimento definiram uma nova forma de comunicar transversal aos vários campos do saber. Como resultado, as artes, bem como as ciências, reconfiguraram-se integrando esta necessidade comunicativa na sua identidade criadora.
Os Novos Híbridos – De Ovídio ao Vídeo
Conferência: Jorge Fazenda Lourenço, António Câmara, Jacinto Lucas Pires.
Moderação: Guilherme d’Oliveira Martins.
15 de Outubro de 2009 (no âmbito da Festa no Chiado)
Centro Nacional de Cultura – Galeria Fernando Pessoa
O conceito de híbrido, oriundo da biologia, reflecte o que é indefinido pela sua natureza múltipla, o que reúne em si diversas formas, origens e propriedades. Desde as Metamorfoses de Ovídio até às possibilidades abertas pela tecnologia moderna, a ideia de híbrido instalou-se como um conceito transversal à reflexão e produção teórica, científica e artística. Apesar de contestado, o híbrido tornou-se uma estratégia artística central na modernidade. Ao tornarem-se híbridas, dialogando com a tecnologia, a ciência e outras estratégias de mediação do real, as artes perderam o simples carácter mimético para se reinventarem e enveredarem por um caminho sinuoso, mais reflexivo e conceptual. As ciências, por sua vez, também se redefiniram e viram os seus limites aproximarem-se de campos artísticos e culturais.
A Natureza da Criatividade
Alexandre Castro Caldas, Miguel Serras Pereira, Joana Vasconcelos.
Moderação: Isabel Capeloa Gil
14 de Janeiro de 2010
Universidade Católica Portuguesa
A criatividade assume-se como o caminho para a descoberta de uma potencialidade ainda não explorada: a geração de uma ideia. Numa época de crise das origens e de falência das metanarrativas, o acto criativo assume-se como necessidade, busca, jogo e encontro entre espaços e tempos diversos. Cópia, citação, reprodução e pastiche constituem-se como manifestações da criatividade em múltiplos campos de actuação.
O projecto “Audiomenus”, de Patrícia Portela será apresentado na Universidade Católica inserido no contexto do programa “Metamorfoses da Criatividade”.