Júri justifica a distinção “pela constante, importante e significativa ação cultural desenvolvida durante um longo percurso, mormente como administrador ou gestor à frente ou com responsabilidades em grandes instituições”.
O Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural distingue este ano o gestor e jurista Emílio Rui Vilar, cujo percurso profissional “constituiu um expressivo exemplo de cidadania cultural”, anunciou este sábado a Estoril-Sol, promotora do galardão.
Emílio Rui Vilar, de 81 anos, atualmente administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, tem exercido diferentes cargos, entre eles, o de presidente do conselho de administração da FCG de maio de 2002 a maio de 2012, presidente do Conselho de Fundadores da Fundação Serralves, diretor não executivo da Fundação da Casa de Mateus, presidente não executivo da Caixa Geral de Depósitos e, até 2016, presidiu ao Conselho Geral da Universidade de Coimbra.
Em comunicado enviado à Agência Lusa, a Estoril Sol refere “o percurso profissional” de Emílio Rui Vilar, com mais de 50 anos “no exercício de distintos cargos de elevada responsabilidade”, e que “constituiu um expressivo exemplo de cidadania cultural”.
O júri do Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural, ao qual presidiu Guilherme d’Oliveira Martins, sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, justifica a atribuição a Rui Vilar “pela constante, importante e significativa ação cultural desenvolvida durante um longo percurso, mormente como administrador ou gestor à frente ou com responsabilidades em grandes instituições”.
Em ata, o júri refere que Emílio Rui Vilar distinguiu-se como um exemplo de cidadania cultural “desde estudante em Coimbra, onde fundou um grupo de teatro e um círculo de artes plásticas, até à presidência da Fundação Calouste Gulbenkian, passando pela criação da Culturgest, quando presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos, por ter sido comissário-geral da representação portuguesa na Europália, pelas suas participações, entre outras e inclusive em cargos diretivos, na Fundação de Serralves e no Teatro Nacional de São Carlos”.
Natural do Porto, onde nasceu a 17 de maio de 1939, Emílio Rui Vilar licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra em 1961, e é, desde o dia 3 de Maio de 2012, administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian. O distinguido foi presidente da Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation de 2002 a 2012, e assegurou a presidência do Centro Europeu de Fundações, de 2008 a 2011, tendo presidido também ao Centro Português de Fundações (2006-12). Foi vice-presidente do Conselho de Curadores do Museu Nacional de Arte Antiga (2012-19) e presidiu ao Conselho de Administração e da Comissão Executiva da REN, SGPS, S.A. (2014-15).
Em 1966, Emílio Rui Vilar entrou para a Função Pública, onde esteve até 1969, desempenhando posteriormente funções diretivas no sector da banca. No início da década de 1970, fez parte do grupo fundador da Sedes – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, de que foi o primeiro presidente. Em 1974, foi secretário de Estado do Comércio Externo e Turismo do I Governo Provisório, foi ministro da Economia dos II e III Governos Provisórios (1974/75). Em 1976, foi eleito deputado. De 1976 a 1978, foi ministro dos Transportes e Comunicações do I Governo Constitucional e, de 1986 a 1989, diretor-geral da Comissão das Comunidades Europeias, em Bruxelas.
Rui Vilar foi agraciado com a Comenda de Mérito Industrial (1985), a Grã-Cruz do Infante D. Henrique (1992) e a Grã-Cruz da Ordem de Cristo (1996).
Esta é a 6.ª edição do Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural, instituído pela Estoril Sol, em homenagem à memória do escritor e político Vasco Graça Moura (1942-2014). O distinguido é conhecido este domingo, 3 de janeiro, dia em que Graça Moura completaria 79 anos, se fosse vivo.
Nas edições anteriores, com o Prémio Vasco Graça-Moura-Cidadania Cultural foram distinguidos o ensaísta Eduardo Lourenço, em 2016, o jornalista José Carlos Vasconcelos, em 2017, o escritor e investigador Vítor Aguiar e Silva, em 2018, a atriz Maria do Céu Guerra, em 2019, e o recém-desaparecido fadista Carlos do Carmo, no ano passado.
Lusa, in Público | 3 de janeiro de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público