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UMA PEÇA DO MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA POR SEMANA

O CNC e o MNAA divulgam aqui algumas das peças mais significativas deste museu.

Uma Peça do Museu Nacional de Arte Antiga
Semana de 27 de Outubro a 2 de Novembro de 2009


O Centro Nacional de Cultura (CNC) e o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) levam a efeito, desde 2006, uma iniciativa comum de divulgação das peças mais significativas do primeiro Museu português. Deste modo, queremos promover o melhor conhecimento do nosso património cultural, incentivando a visita aos nossos Museus, e em especial ao Museu Nacional de Arte Antiga.


Além da divulgação no portal www.e-cultura.pt e no sítio www.cnc.pt, promoveremos ao longo do ano outras iniciativas que serão divulgadas nos nossos programas trimestrais. A memória cultural constitui um factor fundamental para a melhor compreensão da nossa identidade, vista como realidade aberta, na encruzilhada entre a herança e a criação, entre a tradição e a inovação.


Agradecemos à Direcção do MNAA e à sua equipa a oportunidade que nos dá de melhor conhecermos um acervo tão rico e fundamental para a compreensão do que somos como povo e como cultura.



 


Cadeira de D. Afonso V
Cadeira de braços, dita de D. Afonso V
Madeira de carvalho, c. 1470-1475
Convento do Varatojo (Torres Vedras), 1913
Inv. 51 Mov


Esta cadeira, proveniente do convento franciscano de Santo António do Varatojo (Torres Vedras), fundado em 1470 pelo rei D. Afonso V (1438-1481), constitui-se como um dos mais antigos espécimes de mobiliário nacional.


Vários testemunhos associam este móvel ao monarca português. De facto, nos   textos dos cronistas da Ordem, a alusão à existência no convento da cadeira de D. Afonso V é recorrente e a sua conservação por sucessivas gerações de frades deverá ser entendida como preservação da fundação régia do convento, pois mais do que um simples objecto pessoal, a “cadeira de estado” revestia-se de uma forte carga simbólica associada ao poder real.


A análise estilística e formal do exemplar permite enquadrar a execução deste móvel de assento na produção europeia do final do século XV. Uma observação atenta de peças congéneres e, sobretudo, a análise de testemunhos visuais de interiores norte europeus que nos são dados quer pela pintura, quer pela iluminura de produção francesa e flamenga, permite constatar estarmos perante um modelo em tudo semelhante. Assim, há que questionar a sua eventual produção em território nacional, eventualmente por artífices estrangeiros, ou  a sua produção além-Pirinéus, o que só poderá vir a ser comprovado por documentos.


Diversos desenhos e fotografias antigos da cadeira permitem recuperar as diversas intervenções de restauro do móvel desde a época em que ainda se conservava no convento até à intervenção levada a cabo pelo Conselho de Arte e Arqueologia, antes da sua definitiva incorporação no Museu Nacional de Arte Antiga, em 1913. Em 1977, nova intervenção rectificou esse restauro, eliminando o que então lhe fora acrescentado de acordo com um critério revivalista, responsável pela introdução de elementos não originais.

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