30 anos da queda do Muro de Berlim
A herança dos anos 90 e o futuro da ordem multilateral
Há 30 anos caiu o muro de Berlim, pondo termo à Guerra Fria e à divisão da Europa. Os anos que se seguiram foram de uma enorme esperança para os europeus e para o mundo. A Europa raptada, nas palavras de MIlan Kundera, escolheu em liberdade o caminho da democracia e da integração Europeia.
A “casa comum” de Gorbachev parecia uma utopia realizável, com a Rússia a aderir ao Conselho da Europa e a associar-se à Nato. Uma nova ordem internacional emergia com a revitalização das Nações Unidas, viviam-se tempos de progresso na proteção dos Direitos Humanos, comprovado pela criação do TPI, nasceu uma consciência universal da importância de proteger o planeta, com a Cimeira do Rio e assiste-se ao reforço da cooperação regional e das relações inter-regionais. Contudo, não era o Fim da História como foi anunciado, já que o nacionalismo identitário se afirmou, desde logo, na guerra dos Balcãs como a alternativa à democracia liberal e hoje espalha-se por toda a Europa.
Hoje, passados 30 anos, assistimos à desconstrução de muitas das conquistas dos anos 90 e com elas da ordem multilateral.
Com este debate procuramos não só conhecer como a queda do Muro foi vivida em Portugal, nomeadamente através das iniciativas do Instituito de Estudos Estratégicos e Internacionais (IEEI), mas também compreender qual é a importância da herança dos anos 90 para os desafios do mundo contemporâneo.
PAINEL
João Gomes Cravinho [Ministro da Defesa Nacional]
Mónica Ferro [Diretora do Escritório do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) em Genebra]
Guilherme d’Oliveira Martins [Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian]
Moderador: Álvaro Vasconcelos [cofundador do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais (IEEI)]